Tuesday, November 18, 2008

Mianmar (ex-Birmânia)











O Mianmar ou a antiga Birmânia, como é mais conhecido no ocidente, é o país menos conhecido e menos visitado do Sudeste Asiático. Está situado entre Índia, China, Laos, Bangladesh, Tailândia e Mar de Andaman.

O acesso ao Mianmar é extremamente difícil e burocrático. A entrada de turistas é controlada minuciosamente pelo governo militar e jornalistas são praticamente vetados de ingresso. Talvez isso explique o fato do Mianmar ser o menos visitado entre seus famosos vizinhos.

Por ser tão limitado e restrito o Mianmar foi praticamente intocado pela cultura moderna e sua impressionante herança histórica permanece intacta até os dias de hoje. Tirando os problemas políticos de lado é um lugar magnífico com cidades milenares e antigos templos budistas escondidos em meio as densas florestas verdes cortadas por rios caudalosos oriundos dos Himalaias. O povo birmanês apesar de reprimido pelo seu governo consegue ainda ser muito simpático e acolhedor.

Yangon, a porta de entrada e capital do país, é um ótimo lugar para se acostumar com o clima, costumes e a saborosa culinária local antes de explorar os cantos mais remotos do país. È uma cidade charmosa com arquitetura colonial e ruas largas e arborizadas. Sua principal atração é a gigante estupa do templo Shwedagon Paya, uma estrutura de 100 metros de altura folheada com placas de ouro e coroada com milhares de diamantes e outras pedras preciosas. É sem dúvida uma das estruturas mais espetaculares de toda a Ásia e o templo mais sagrado do Mianmar.

O tradicional Strand Hotel em Yangon é um dos hotéis mais luxuosos da Ásia. Com bela arquitetura possui ótimos restaurantes sendo a melhor opção para quem busca conforto e requinte ao visitar o país.

Bagan, no interior do país, é com toda certeza o lugar mais fantástico do Mianmar e a principal atração do país, senão de toda a Ásia. Durante séculos foi a capital do país e sede da coroa birmanesa. A cidade prosperou durante os anos de 1057 e 1287 e ainda preserva todo o seu esplendor. As milhares de ruínas dos templos budistas, estupas e monumentos construídos pelos antigos reis estão ainda muito bem preservados e dão um toque mágico e surreal ao local. Os templos de Bagan são tão impressionantes quanto os templos da cidade de Angkor no Camboja. O difícil é saber qual das duas cidades é a mais bela.

A melhor maneira de conhecer a zona arqueológica de Bagan é de bicicleta. A imensa planície às margens do Rio Ayeyarwady, com seus mais de 2.000 templos de todos os tamanhos é praticamente deserta nos dando a impressão que temos a cidade inteira apenas para nós. O pôr do sol em meio às ruínas é um espetáculo que não deve ser perdido.

A melhor opção de hospedagem é o luxuoso Bagan Hotel situado às margens do rio e dentro da zona arqueológica. Com os quartos com vistas para o rio e para os templos da cidade antiga o hotel possui ainda um restaurante premiado e uma piscina bem refrescante para ajudar a matar o calor de 40ºC.

Viajar ao Mianmar é uma decisão delicada e polêmica: por um lado os dólares e euros trazidos pelo turismo ajudam a fortalecer o abominável regime ditatorial e opressor do país. Por outro lado qualquer redução no turismo resultaria automaticamente numa redução do nível de vida do povo birmanês uma vez que o turismo na ex-Birmânia, por ainda pouco que seja, ajuda a gerar muitos empregos e novas oportunidades.

A própria Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz em 1991 e líder da Liga Nacional pela Democracia pede o boicote do turismo em seu país até que os candidatos eleitos democraticamente nas eleições de 1990 sejam permitidos a formar um governo.

Aung San Suu kyi, filha do general Aung San que negociou a independência do país com a Inglaterra, foi arrancada do poder pelos militares após vencer as eleições em 1990 e colocada em prisão domiciliar onde permanece até os dias de hoje em Yangon, capital do país.

Informações Gerais

Nome: União do Mianmar (ex-Birmânia)

Capital: Yangon

Área: 671.000 Km2

População: 52 milhões

Língua oficial: Birmanês

Religião: 87% Budistas, 5% Cristãos e 4% muçulmanos

Moeda: Kyat. Na entrada do país todo turista é obrigado a trocar US$ 200 em Certificados de Moeda Estrangeira, a segunda moeda legal do país, uma forma do governo conseguir divisas externas.

Visto: Visto de entrada necessário para todos

Como chegar lá: a maneira mais fácil é pegando um vôo até Bancoc, capital da Tailândia, e de lá pegando outro vôo até Yangon (01 hora de vôo)

Quando ir: a melhor época do ano para conhecer o país é entre Novembro e Fevereiro quando chove pouco e não faz tanto calor

Segurança: o país é praticamente seguro. Deve-se apenas evitar conversar sobre política com os locais, evitar sair do hotel caso venham ocorrer demonstrações nas ruas e não entrar nas áreas militares proibidas aos turistas

Acomodação: os preços variam entre US$ 3 para um quarto numa guesthouse e US$ 150 para um hotel de luxo

Alimentação: os preços dos pratos variam entre US$ 2 em um restaurante local com comida simples e US$ 10 em restaurante mais sofisticado

Por Raul Frare